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CEARÁ É UM DOS PRINCIPAIS PRODUTORES DE FRUTAS DO PAÍS
Nos últimos anos, o Ceará tem despontado como um dos principais produtores de frutas do País. Segundo dados da Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará), em 2008 as exportações ultrapassaram US$ 131 milhões. São 64 zonas de produção com tecnologia de ponta chamadas agropólos, totalizando mais de 32 mil hectares de terra irrigada produzindo; a previsão é de expansão para 40 mil até 2010. Graças a toda essa pujança, o Porto do Pecém lidera no setor e exportou 194.841.959 de quilos de frutas em 2008, posicionando o Estado como o terceiro maior exportador de frutas do País, atrás apenas da Bahia e Pernambuco.
Em todo o Brasil, a fruticultura é responsável por 5,6 milhões de empregos. O País é o terceiro maior produtor do mundo e apresenta um crescimento contínuo de 4,5% em média há 8 anos. Para este ano, a projeção de produção continua nos 42 milhões de toneladas do ano passado.
Contudo, onde são produzidas as frutas comercializadas no Ceará? Quais são as cultivadas fora do Estado? Por onde e por quem passam até chegar à mesa do consumidor? O analista de mercados das Ceasas (Centrais de Abastecimento do Ceará), Odálio Girão afirma que “todo o excedente de exportação vem pra cá (Ceasa)”. Mesmo assim, cerca de 55% das 23 mil toneladas comercializadas anualmente no local são de produção local. O restante vem principalmente de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Sergipe e São Paulo. Algumas frutas exóticas como kiwi, por exemplo, vem do exterior, o que corresponde a menos de 5%.
Entre o produtor e a mesa do consumidor as frutas passam por um longo caminho e acabam chegando à ponta da cadeia por quase o triplo do preço inicial. Por exemplo: o quilo do melão japonês, cultivado em larga escala no Vale do Jaguaribe, sai da mão do agricultor por R$ 1,00, é comercializado na Ceasa por R$ 1,80 e no varejo é comprado por R$ 2,50 em média, segundo informações do analista da Ceasa.
Alguns produtos muito procurados têm produção irrisória no Estado. A goiaba, por exemplo, vem da Bahia e Pernambuco, o que neste caso quase quadruplica o preço: nas regiões produtoras custam entre R$0,60 e R$ 0,70 e chegam aqui por R$ 1,50 na Ceasa e R$ 2,20 ou mais para o consumidor. “A produção cearense de goiaba não chega a 1%, mas é o sexto lugar no ranking de vendas”, comenta Girão.
Outros produtos muito procurados e que em quase a totalidade vêm de outros estados são a laranja, de São Paulo; a uva do Vale do Rio São Francisco e o abacaxi, trazido do Rio Grande do Norte e Paraíba. Na região Jaguaribana do Estado do Ceará também há plantação de abacaxi, mas a maioria da produção é voltada para exportação. A banana, que sozinha responde por 12% das vendas de frutas na Ceasa, vem quase toda do Maciço de Baturité. Graviola, manga, maracujá e limão são em sua totalidade oriundos das regiões de Uruburetama, Litoral Leste, Ibiapaba e Vale do Jaguaribe, respectivamente.
»Atravessador: um mal necessário. Um dos grandes responsáveis por este acréscimo significativo no preço final é uma figura controversa em vários segmentos do comércio: o atravessador, que pode ser visto como vilão e herói dos agricultores. “Atravessador é um mal necessário. O produtor não pode se deslocar para vender na maioria dos casos e o atravessador é quem tem o manejo de mercado, infelizmente”, comenta Girão. Segundo ele, é necessário que os pequenos produtores passem a dominar não apenas as técnicas de cultivo, mas também de comercialização e aponta para algumas mudanças paulatinas. “Essa cultura tem que mudar, tem que entender de produção e ter visão de mercado. Mas muitos produtores não são mais bestas, hoje eles têm poder de barganha porque utilizam o Sima”, afirma, citando o Sistema de Informações do Mercado Agrícola, fornecido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e divulgado pela Ceasa.
No mercado São Sebastião não é diferente. Apenas alguns poucos vendedores têm acesso direto ao produtor. “Os menores sempre compram do atravessador, mas de uns anos pra cá eu vejo um pouco mais vendas diretas”, analisa Diomédio Alves, que possui ponto no mercado desde 1962. Os comerciantes José Moreira e Alexandro Alves, respectivamente há 41 e 20 anos no São Sebastião, comentam que a atividade de atravessador tem atraído até mesmo produtores. Eles intermediam as transações com agricultores vizinhos, o que caracteriza uma espécie de sub-atravessador.
Já o engenheiro agrônomo do Instituto Agropolos, Aníbal Sousa aponta que a principal vantagem do atravessador é permitir ao produtor o recebimento imediato do dinheiro. “A figura existe e atrapalha por ser um custo a mais, por outro lado, paga o produtor na hora”, explicou. Sousa não vê o atravessador como o principal gargalo para os pequenos agricultores, mas sim a falta de acesso à tecnologia.
Maracujá é fruta que produz o terceiro suco mais consumido no Brasil
A produção e o processamento de frutas constituem importantes atividades econômicas, permitindo obtenção de maior renda por área cultivada e gerando mais empregos do que outras atividades agropecuárias. Um hectare cultivado com frutas pode gerar de dois a seis empregos diretos, enquanto um hectare com grãos gera 0,5 emprego direto.
Nesse contexto, a produção de maracujá é uma atividade de grande importância, sendo comercializado como fruta fresca para mercados atacadistas e varejistas e, principalmente, para as indústrias de processamento de suco e outros derivados. O suco de maracujá é o terceiro mais produzido no Brasil, atrás do suco de laranja e o de caju. Nas décadas de 1980 e 1990 houve um rápido crescimento na produção da fruta, no Brasil, e também, nos mercados de suco e in natura. Hoje, segundo o IBGE, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá com cerca de 718.798 toneladas anuais do fruto.
Nos últimos anos, o Ceará tem despontado como um dos principais produtores de frutas do País. Segundo dados da Adece (Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará), em 2008 as exportações ultrapassaram US$ 131 milhões. São 64 zonas de produção com tecnologia de ponta chamadas agropólos, totalizando mais de 32 mil hectares de terra irrigada produzindo; a previsão é de expansão para 40 mil até 2010. Graças a toda essa pujança, o Porto do Pecém lidera no setor e exportou 194.841.959 de quilos de frutas em 2008, posicionando o Estado como o terceiro maior exportador de frutas do País, atrás apenas da Bahia e Pernambuco.
Em todo o Brasil, a fruticultura é responsável por 5,6 milhões de empregos. O País é o terceiro maior produtor do mundo e apresenta um crescimento contínuo de 4,5% em média há 8 anos. Para este ano, a projeção de produção continua nos 42 milhões de toneladas do ano passado.
Contudo, onde são produzidas as frutas comercializadas no Ceará? Quais são as cultivadas fora do Estado? Por onde e por quem passam até chegar à mesa do consumidor? O analista de mercados das Ceasas (Centrais de Abastecimento do Ceará), Odálio Girão afirma que “todo o excedente de exportação vem pra cá (Ceasa)”. Mesmo assim, cerca de 55% das 23 mil toneladas comercializadas anualmente no local são de produção local. O restante vem principalmente de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Sergipe e São Paulo. Algumas frutas exóticas como kiwi, por exemplo, vem do exterior, o que corresponde a menos de 5%.
Entre o produtor e a mesa do consumidor as frutas passam por um longo caminho e acabam chegando à ponta da cadeia por quase o triplo do preço inicial. Por exemplo: o quilo do melão japonês, cultivado em larga escala no Vale do Jaguaribe, sai da mão do agricultor por R$ 1,00, é comercializado na Ceasa por R$ 1,80 e no varejo é comprado por R$ 2,50 em média, segundo informações do analista da Ceasa.
Alguns produtos muito procurados têm produção irrisória no Estado. A goiaba, por exemplo, vem da Bahia e Pernambuco, o que neste caso quase quadruplica o preço: nas regiões produtoras custam entre R$0,60 e R$ 0,70 e chegam aqui por R$ 1,50 na Ceasa e R$ 2,20 ou mais para o consumidor. “A produção cearense de goiaba não chega a 1%, mas é o sexto lugar no ranking de vendas”, comenta Girão.
Outros produtos muito procurados e que em quase a totalidade vêm de outros estados são a laranja, de São Paulo; a uva do Vale do Rio São Francisco e o abacaxi, trazido do Rio Grande do Norte e Paraíba. Na região Jaguaribana do Estado do Ceará também há plantação de abacaxi, mas a maioria da produção é voltada para exportação. A banana, que sozinha responde por 12% das vendas de frutas na Ceasa, vem quase toda do Maciço de Baturité. Graviola, manga, maracujá e limão são em sua totalidade oriundos das regiões de Uruburetama, Litoral Leste, Ibiapaba e Vale do Jaguaribe, respectivamente.
»Atravessador: um mal necessário. Um dos grandes responsáveis por este acréscimo significativo no preço final é uma figura controversa em vários segmentos do comércio: o atravessador, que pode ser visto como vilão e herói dos agricultores. “Atravessador é um mal necessário. O produtor não pode se deslocar para vender na maioria dos casos e o atravessador é quem tem o manejo de mercado, infelizmente”, comenta Girão. Segundo ele, é necessário que os pequenos produtores passem a dominar não apenas as técnicas de cultivo, mas também de comercialização e aponta para algumas mudanças paulatinas. “Essa cultura tem que mudar, tem que entender de produção e ter visão de mercado. Mas muitos produtores não são mais bestas, hoje eles têm poder de barganha porque utilizam o Sima”, afirma, citando o Sistema de Informações do Mercado Agrícola, fornecido pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e divulgado pela Ceasa.
No mercado São Sebastião não é diferente. Apenas alguns poucos vendedores têm acesso direto ao produtor. “Os menores sempre compram do atravessador, mas de uns anos pra cá eu vejo um pouco mais vendas diretas”, analisa Diomédio Alves, que possui ponto no mercado desde 1962. Os comerciantes José Moreira e Alexandro Alves, respectivamente há 41 e 20 anos no São Sebastião, comentam que a atividade de atravessador tem atraído até mesmo produtores. Eles intermediam as transações com agricultores vizinhos, o que caracteriza uma espécie de sub-atravessador.
Já o engenheiro agrônomo do Instituto Agropolos, Aníbal Sousa aponta que a principal vantagem do atravessador é permitir ao produtor o recebimento imediato do dinheiro. “A figura existe e atrapalha por ser um custo a mais, por outro lado, paga o produtor na hora”, explicou. Sousa não vê o atravessador como o principal gargalo para os pequenos agricultores, mas sim a falta de acesso à tecnologia.
Maracujá é fruta que produz o terceiro suco mais consumido no Brasil
A produção e o processamento de frutas constituem importantes atividades econômicas, permitindo obtenção de maior renda por área cultivada e gerando mais empregos do que outras atividades agropecuárias. Um hectare cultivado com frutas pode gerar de dois a seis empregos diretos, enquanto um hectare com grãos gera 0,5 emprego direto.
Nesse contexto, a produção de maracujá é uma atividade de grande importância, sendo comercializado como fruta fresca para mercados atacadistas e varejistas e, principalmente, para as indústrias de processamento de suco e outros derivados. O suco de maracujá é o terceiro mais produzido no Brasil, atrás do suco de laranja e o de caju. Nas décadas de 1980 e 1990 houve um rápido crescimento na produção da fruta, no Brasil, e também, nos mercados de suco e in natura. Hoje, segundo o IBGE, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá com cerca de 718.798 toneladas anuais do fruto.